Exercicios Espirituais de Santo Inacio de Loyola.pdf

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EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
2.
SANTO INÁCIO DE LOIOLA
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
Tradução do autógrafo espanhol
Tradução por
Vital Cordeiro Dias Pereira, S.J.
Organização e Notas por
F. de Sales Baptista, S.J.
3ª edição
LIVRARIA A. I. – BRAGA
3.
TEXTO ORIGINAL
Aprovação Pontifícia
"...Aprovamos, louvamos e corroboramos, com o patrocínio do presente escrito, os Documentos e Exercícios mencionados, e todas e cada uma das
coisas neles contidas, com a nossa autoridade, a teor das presentes letras, e com nossa ciência certa; exortamos muito no Senhor a todos e cada
um dos Fiéis de Cristo, de ambos os sexos, em qualquer lugar do mundo onde se encontrem, a que usem tão piedosos Documentos e Exercícios, e
queiram devotamente com eles instruir-se..."
( Paulo III, no Breve "Pastoralis Officii"
de 31 de Julho de 1548 )
TRADUÇÃO
Imprimi potest: José Carlos Belchior, S.J.
Provincial
Lisboa, 1. 1. 1999
Imprimatur: † Eurico Dias Nogueira
Arcebispo Primaz
25 .1.1999
Dep. Legal: 1854/83
ISBN 972-571-241-2
©
LIVRARIA APOSTOLADO DA IMPRENSA
Largo das Teresinhas, 5 – 4714-504 BRAGA
Tel.: 053-20 12 20; Fax: 053-20 12 21
4.
INTRODUÇÃO
No solar de Loiola onde nasceu (1491), convalescente da ferida heróica recebida no cerco de Pamplona (1521),
após a sua conversão, ocorrida no mesmo ano, S. Inácio entregou-se à leitura da Vida de Cristo do cartuxo Ludolfo de
Saxónia, e do Flos Sanctorum, do dominicano Tiago de Voragine. O que mais o interessava, bem como as ressonâncias
pessoais, anotou para uso particular.
Retirado em Manresa, onde, junto do rio Cardoner, teve uma «iluminação maravilhosa» (Agosto de 1522),
viveu uma experiência espiritual cujo núcleo viria a constituir o livro dos Exercícios Espirituais, ali mesmo redigido,
pela primeira vez.
Em 1535, já em Paris, fez o Santo a primeira tradução latina (Versio Prima ou Antiqua) do seu «minúsculo, mas
imenso livro dos Exercícios» (Pio XII, AAS, 1952, p. 29), para que seus companheiros usassem o método por ele e
outros experimentado.
A última redacção teria sido levada a cabo, no ano de 1541, em Roma, terminados os estudos e já sacerdote, e
depois de experiências apostólicas, realizadas tanto em Paris, como, anteriormente, em cidades espanholas (Alcalá,
Barcelona, Salamanca...).
No dia 31 de Julho de 1548, a pedido de S. Francisco de Borja, ao tempo, duque de Gandia, Paulo III, pelo
Breve «Pastoralis Officii», aprovou o livro dos Exercícios Espirituais.
À aprovação pontifícia apresentaram não uma cópia espanhola, mas duas versões latinas: a «Versio Prima»,
acima referida, e uma tradução, comummente conhecida por «Vulgata», devido à sua grande divulgação, elaborada,
para o acto, pelo grande latinista P. André Frúsio.
Mesmo depois da aprovação pontifícia, oito anos antes da sua morte, S. Inácio continuou a corrigir, com a sua
letra, não o original espanhol que não se conserva, mas uma cópia, na mesma língua, feita pelo seu secretário, o
português P. Bartolomeu Ferrão.
É esta cópia, que apresenta 32 correcções, apostas pelo Santo, e por isso, com razão, designada por «Autógrafo
espanhol», que traduzimos e, pela terceira vez, com algumas correcções, apresentamos ao público.
Lisboa, na festa de S. Inácio de Loiola,
31 de Julho de 1998
P. Vital Cordeiro Dias Pereira, S.J.
NOTA A ESTA EDIÇÃO
Por amável anuência do Tradutor, introduzimos, nesta edição, nova distribuição gráfica do texto original e as
suficientes notas explicativas que a justificassem. Moveu-nos a isso a necessidade sentida de iniciar as pessoas,
sobretudo as que fazem os Exercícios Espirituais completos do mês inteiro, a manusear e consultar o livrinho escrito
por Santo Inácio. Foi a pensar nelas, principalmente, que empreendemos este trabalho.
É sabido que o livro dos Exercícios Espirituais é um manual mais para ser praticado que para ser lido. Por isso
o Autor não se preocupou com distribuir logicamente a matéria por capítulos e numerações classificadoras. Foi em
edições posteriores que se começou a introduzir uma numeração, a destacar títulos, a estabelecer espaços, para
melhor evidenciar a distribuição da matéria. Aproveitando este precedente, e sem alterar também em nada o texto
original, é que nos atrevemos a introduzir nesta edição:
*
Espaços
que destaquem unidades ou capítulos do livro;
*
Títulos
ou
subtítulos
adicionais que indiquem suficientemente a sua estrutura;
*
Notas de rodapé,
apenas estruturais, que justifiquem as divisões adoptadas. Para não sobrecarregar o texto,
pusemos apenas o essencial ao fundo das páginas e passamos para o fim do livro,
com a mesma numeração,
o seu
desenvolvimento (Notas complementares).
* Omitimos, quanto possível, notas puramente interpretativas dos textos.
* Reservamos para o
Vocabulário final
a indicação de pistas para o aprofundamento dalguma ou outra palavra
mais significativa para a compreensão dos Exercícios Espirituais.
* Para o mesmo fim, conservamos ao longo de todo o texto os
lugares paralelos
já introduzidos na edição
anterior.
Resta-nos agradecer, não só ao Tradutor que nos permitiu esta distribuição mais didáctica do texto original,
mas a todos os que mais de perto nos ajudaram na sua realização.
Queríamos destacar particularmente a Ângela Maria Burguete que nos cedeu toda a cópia do livro já
preparada em disquete e ao Rui Nunes, S.J., assistente técnico de todo o trabalho em computador. Muito obrigado.
Francisco de Sales Baptista, S.J
5.
SANTO INÁCIO DE LOIOLA
1491 – 1556
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
Tradução do autógrafo
http://pt.scribd.com/doc/17711972/Exercicios-Espirituais-de-Santo-Ignacio-de-Loyola-14911556
[Primeira
parte]
[Anotações
Orientadoras]
JHS
1–
Anotações
(
1
)
para tomar alguma inteligência dos exercícios espirituais que se seguem, e
para ajudar, assim, o que os há-de dar como o que os há-de receber
1
Primeira Anotação.
Por este nome, exercícios espirituais, entende-se todo o modo de examinar a
consciência, de meditar, de contemplar, de orar vocal e mentalmente, e de outras operações
espirituais, conforme adiante se dirá.
3
Porque, assim como passear, caminhar e correr são exercícios
corporais, da mesma maneira todo o modo de preparar e dispor a alma, para tirar de si todas as
afeições desordenadas
4
e, depois de tiradas, buscar e achar a vontade divina na disposição da sua
vida para a salvação da alma, se chamam exercícios espirituais.
2 –
1
Segunda.
A pessoa que dá a outrem modo e ordem para meditar ou contemplar, deve narrar
fielmente a história dessa contemplação ou meditação, discorrendo somente pelos pontos, com
breve ou sumária explicação.
2
Porque, quando a pessoa que contempla toma o fundamento
verdadeiro da história, discorre e raciocina por si mesma, e acha alguma coisa que faça declarar um
pouco mais ou sentir a história,
3
quer pelo próprio raciocínio quer porque o entendimento é
iluminado pela força divina, é-lhe de mais gosto e fruto espiritual do que se quem dá os exercícios
explicasse e desenvolvesse muito o sentido da história;
4
porque não é o muito saber que sacia e
satisfaz a alma, mas o sentir e gostar as coisas internamente.
3 –
1
Terceira.
Como em todos os exercícios espirituais seguintes usamos dos actos do
entendimento, quando discorremos, e dos da vontade, quando excitamos os afectos [50,6],
2
advirtamos que, nos actos da vontade, quando falamos vocal ou mentalmente com Deus nosso
Senhor, ou com os seus santos,
3
se requer, da nossa parte, maior reverência do que quando usamos
do entendi mento para entender.
2
São uma espécie de Directório, acrescentado mais tarde por S. Inácio, para orientação «tanto de quem dá os
Exercícios como de quem os recebe» (EE 1,1)
1
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