A VERDADEIRA HISTORIA DO DIABO.pdf

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A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABO
Por
Francisco Oliveira,
Segunda, 5 de maio de 2014 às 15:53
Palavras como lúcifer, satanás, diabo, demônio, satã, etc, só de ouvi-las, muitos se
arrepiam e cagam nas calças de medo, Palavras que são imprescindíveis em qualquer
culto evangélico que se preze.
Essa criatura, de fato, existe?
Vamos aqui, derrubar mitos e desvendar a verdadeira história do diabo:
AS ORIGENS
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABO
A partir do séc. IV, quando o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império
Romano, a religião cristã se propaga com uma velocidade extrema. Muitos santuários e
templos pagãos são destruídos, e em seus lugares são construídos igrejas cristãs, como
tentativas de substituir a velha fé pela a nova. Como evidência disso, podemos citar que
o Cristianismo, não apenas, se apropriou do dia 25 de Dezembro, tido arbitrariamente
como o dia do nascimento de Cristo, data também do SOLSTÍCIO DE INVERNO, a
noite mais longa do ano (dia que era calculado através da lua e das estrelas), que então
era a data mais sagrada para a religião mitraica, sendo o MITRAISMO a maior religião
concorrente do Cristianismo, naquela época, como também uma das datas principais do
paganismo. Assim como também se apoderou do lugar do maior templo mitraico, que
ficava na colina vaticano, onde hoje fica a maior igreja cristã, a basílica do Vaticano.
Contudo, mesmo com todo o poder da igreja, muitas divindades pagãs ainda eram
reconhecidas, e cultuadas, em muitos lugares. Tem inicio, então, uma nova estratégia da
igreja: a transformação de deuses de outras religiões em demônios, seres destituídos de
qualquer valor positivo. Deturpando, deste modo, o verdadeiro sentido que tais seres
teriam para tais povos. E, assim, mantendo os fiéis longe de cultos pagãos. Culminando
com a "SANTA" INQUISIÇÃO, em que eram mortos, na fogueira, indivíduos
simpatizantes de outros credos religiosos.
Na verdade tal estratégia não era nem um pouco nova, pois, na antiguidade, quando um
povo entrava em guerra com outro povo, não apenas os membros destes povos eram
tidos como inimigos, assim como seus deuses eram tidos como adversários. O que seria
de esperar, já que se um deus é tido como benéfico para determinado povo, o mesmo
deus passaria a ser maléfico para o povo adversário. E, por conseguinte, seria natural
que um povo adversário deturpasse os deuses adversários. O que se pode ver, de modo
claro, nos termos SATANÁS e SATÃ: termos oriundos do hebreu SHAITAN, que em
hebreu significa adversário. Era usado para denominar rivais. Portanto, qualquer
adversário era denominado de Shaitan, ou melhor, na linguagem de hoje, Satanás ou
Satã, mesmo para deuses de povos inimigos.
A IMAGEM DO DIABO
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABODIABO – Termo oriundo da palavra grega
diabolos. Segundo Marcelo Del Debbio, seu verdadeiro significado seria “aquilo que
nos separa”.
Como já foi dito, a igreja Cristã, durante sua tentativa de arrecadar novos fiéis e destruir
religiões inimigas, - ato tão comum naquela época, e uma das formas de intimidar o
culto de outros deuses -, distorceu, não apenas o significado de tais deuses, como suas
imagens e qualidades, associando-os a figuras de seres horrendos e maléficos. Deste
modo, o que era tido como símbolos sagrados e benéficos para outros povos passaram a
ser vistos como símbolos maléficos para a cultura cristã, associados à imagem do
Diabo.
E embora na Bíblia apareça uma figura denominada com tal nome, notamos que tal
figura não aparece, de modo algum, com características, tidas hoje, como pertencente à
sua malévola natureza, como os famosos chifres, tridente e as pernas de bode. Como em
Ezequiel 28: 12 a 19, em que supostamente uma estranha figura é interpretada como o
tal, e que geralmente é associado à origem do Diabo (embora alguns interprete-a de
forma METAFÓRICA):
Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o
Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura:
sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro;
em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram
preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de
Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou
iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por
isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do
meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por
causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para
ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus
santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza
sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te
tornaste, e nunca mais subsistirá.
Portanto, NADA há de chifres, tridente e, muito menos, pernas de bode.
A imagem do Diabo como um ser possuidor de chifres, tridente e pernas de bode, é uma
imagem, portanto EXTRA BÍBLIA, criada para associar um conjunto de atributos que
para outros povos eram sagrados e benéficos, pertencentes à natureza de seus deuses, à
imagem de algo ruim. Senão, vejamos:
CHIFRES
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABO chifres em muitas culturas antigas eram
sinais de algo divino, e em muitos casos o número de chifres representava o poder e a
importância de cada deus. Acreditava-se também que os chifres recebessem poderes
divinos, para quem os usasse. Por isso, em muitos povos era honroso o uso, não apenas
por reis, como por guerreiros destes mesmos povos. E, assim, vários personagens foram
retratados com chifres, como Alexandre, o grande e Moisés.
Foi com o cristianismo que tal uso tornou-se um símbolo maléfico, bem como
desonroso. Mais tarde, “LEVAR CHIFRE” tornou-se ofensivo. Mas isso deveu-se
primeiro aos romanos. Pois, durante as guerras, as rainhas celtas, durante a ausência dos
reis, mantinham haréns, com homens incumbidos de substituí-lo. Para os romanos,
como posteriormente para os católicos, isto era um ato desonroso e absurdo. O que logo
foi associado ao uso dos chifres. Dando origem a tal expressão tão usada em países
latinos, como o nosso.
Outra forma que demonstra, inequivocamente, a idéia dos chifres como um símbolo
divino é a cornucópia. Este símbolo é representado por um chifre, de onde brotaria
alimentos em abundância, aplacando a fome de todos.
TRIDENTE
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABOO tridente para muitas culturas era (e ainda
o é) um instrumento sagrado e extremamente poderoso. “O tridente mais antigo que se
tem registro é o Trishula, a arma principal de Shiva [um dos deuses da religião hindu,
responsável pela destruição dos defeitos da alma, que entravam nossa evolução
espiritual], retratado aproximadamente 6.000 anos atrás. É com essa arma que ele
destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades
da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).”
“Portanto, para os indianos e durante mais de 4.500 anos, o tridente foi o símbolo de
sabedoria; uma arma sagrada que todos nós devemos sempre lembrar de carregar
conosco.” Mas que, mais uma vez, foi tomado pelo cristianismo como um símbolo
diabólico. E no IMAGINÁRIO popular cristão, tornou-se uma espécie de espeto
diabólico, com o qual o Diabo espetaria as almas condenadas ao inferno.
PERNAS DE BODE
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIABOMuitas divindades pagãs possuíam pernas
de bode, como os deuses romanos Sylvanus e Faunus, ou o deus celta Cernunnos, bem
como o antigo deus grego Pan. Além de possuírem suas pernas em formato de pernas de
bode, estes antigos deuses também possuíam chifres.
O deus Pan, assim como os deuses acima, era o deus da fertilidade, dos instintos, das
paixões, do sexo, tido como um benéfico atributo dos deuses. Suas pernas de bode
simbolizavam a sexualidade e a fertilidade, umas das características atribuídas ao bode.
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