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Discurso preliminar sobre o espírito positivo
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Autor: Augusto Comte
Tradução: Renato Barboza Rodrigues Pereira
Edição eletrônica: Ed Ridendo Castigat Mores (www.jahr.org)
DISCURSO PRELIMINAR SOBRE O ESPÍRITO
POSITIVO
Augusto Comte
ÍNDICE
BIOGRAFIA DO AUTOR
DISCURSO SOBRE O ESPÍRITO POSITIVO
OBJETO DESTE DISCURSO
PARTE I SUPERIORIDADE MENTAL DO ESPÍRITO POSITIVO
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Discurso preliminar sobre o espírito positivo
Capítulo I – Lei da Evolução Intelectual da Humanidade ou Lei dos Três Estados.
Capítulo II – Destino do Espírito Positivo.
Capítulo III – Atributos Correlatos do Espírito Positivo e do Bom Senso
PARTE II SUPERIORIDADE SOCIAL DO ESPÍRITO POSITIVO
Capítulo I –Organização da Revolução
Capítulo II – Sistematização da Moral Humana
Capítulo III – Surto do Sentimento Social
PARTE III CONDIÇÕES DO ADVENTO DA ESCOLA POSITIVA
(Aliança dos Proletários e dos Filósofos)
Capítulo I – Instituição de um Ensino Popular Superior
Capítulo II – Instituição de uma Política Especialmente Popular
Capítulo III – Ordem Necessária dos Estudos Positivos
CONCLUSÃO – APLICAÇÃO AO ENSINO DA ASTRONOMIA
NOTAS
BIOGRAFIA DO AUTOR
Comte, cujo nome completo era Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, nasceu em 19 de janeiro
de 1798, em Montpellier, e faleceu em 5 de setembro de 1857, em Paris. Filósofo e auto-proclamado
líder religioso, deu à ciência da Sociologia seu nome e estabeleceu a nova disciplina em uma forma
sistemática.
Foi aluno da célebre École Polytechnique, uma escola em Paris fundada em 1794 onde se ensinava a
ciência e o pensamento mais avançados da época. De família pobre, sustentou seus estudos com o ensino
ocasional da matemática e oportunidades no jornalismo.
Um de seus primeiros empregos foi o de secretário do Conde Henri de Saint-Simon, o primeiro filósofo a
ver claramente a importância da organização econômica na sociedade moderna, e cujas idéias Comte
absorveu, sistematizou com um estilo pessoal e difundiu.
Comte foi apresentado ao filósofo, então diretor do periódico Industrie, no verão de 1817. Saint-Simon,
um homem de fértil, mas tumultuada e desordenada criatividade, então quase sessenta anos mais velho
que Comte, foi atraído pelo jovem brilhante que possuia a capacidade treinada e metódica para o trabalho
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que lhe faltava. Comte tornou-se seu secretário e colaborador próximo, na preparação de seus últimos
trabalhos. Quando Saint-Simon experimentou problemas financeiros, Comte permaneceu sem pagamento
tanto por razões intelectuais como pela esperanças da recompensa futura.
Os esboços e os ensaios que Comte escreveu durante os anos da associação próxima com Saint-Simon,
especialmente entre 1819 e 1824, mostram inequivocamente a influência do mestre. Esses primeiros
trabalhos já contêm o núcleo de todas suas idéias principais, mesmo as mais tardias. Em 1824 Comte
desentendeu-se com Saint-Simon por questões de autoria legítima de ensaios que Comte devia publicar.
A solução, que Comte considerou injusta, foi que cem cópias do trabalho saíram sob o nome de Comte,
enquanto mil cópias, intituladas Catechisme des industriels indicavam a autoria de Henri de Saint-Simon.
Outra causa do rompimento foi, ironicamente, Comte desdenhar a idéia de um paradigma religioso no
projeto de Saint Simon, ele, Comte, que depois haveria de adotar essa idéia proclamando a si mesmo
como sumo sacerdote da Humanidade.
Em fevereiro 1825 Comte se casou com Caroline Massin, proprietária de uma pequena livraria, uma
moça que ele já conhecia. Comte a achava forte e inteligente, mas depois taxou-a de ambiciosa e
desprovida de afetividade. O casamento foi sempre tumultuado por motivos financeiros, uma vez que
Comte não conseguia uma posição com salário fixo e contava apenas com os rendimentos das aulas
particulares e alguma renda adicional por colaborações a jornais, mais freqüentemente para o Producteur,
um jornal fundado pelos filhos espirituais de Saint-Simon após a morte do mestre.
Depois de se afastar de Saint Simon, a principal preocupação de Comte tornou-se a elaboração de sua
filosofia positiva. Não tendo nenhuma cadeira oficial da qual expor suas teorias, decidiu oferecer um
curso particular que os interessados subscreveriam adiantado, e onde divulgaria sua Summa do
conhecimento positivo. O curso abriu em abril, 1826, com a presença de alguns curiosos ilustres como
Alexander von Humboldt, diversos membros da academia das ciências, o economista Charles Dunoyer, o
duque Napoleon de Montebello, e Hippolyte Carnot, filho do organizador dos exércitos revolucionários e
irmão do cientista Sadi Carnot, e vários estudantes da École Polytechnique.
Comte deu apenas três aulas e foi obrigado a interromper o curso devido a um colapso nervoso. Seu mal
foi diagnosticado como " mania " no hospital do famoso Dr. Esquirol, autor de um tratado sobre a
doença. Ele próprio submeteu Comte a um tratamento com banhos de água fria e sangrias. Apesar de não
receber alta, Comte foi levado para casa por Caroline
Após o retorno para casa, Comte caiu em um estado melancólico profundo, e tentou mesmo o suicidio
jogando-se no rio Sena. Somente em agosto 1828 logrou sair de sua letargia. O curso das conferências foi
recomeçado em 1829, e Comte ficou satisfeito outra vez por encontrar na audiência diversos nomes de
grandes das ciências e das letras.
Durante os anos 1830-1842, quando escreveu sua obra prima, Cours de philosophie positive, Comte
continuou a viver miseravelmente à margem do mundo acadêmico. Todas as tentativas de ser apontado
de para uma cadeira no École Polytechnique ou para uma posição na Academia das ciências ou na
faculdade de França foram infrutíferas. Controlou somente em 1832 a ser apontado assistente de "analyse
et de mecanique" no École; cinco anos mais tarde foi dado também as posições do examinador externo
para a mesma escola. A primeira posição trouxe valiosos dois mil francos e o segundo um pouco mais.
Mas era pouco para as despesas que tinha com a esposa e por isso continuou com as aulas particulares
para escapar da faixa de pobreza.
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Durante os anos da concentração intensa quando escreveu o Cours, Comte foi incomodado não somente
por dificuldades financeiras e as frustradas tentativas de emprego acadêmico. Também sofreu críticas do
mundo científico por parte de importantes figuras que o ridicularizavam pela sua pretensão de submeter
ao seu sistema todas as ciências. A mágoa agravou seu estado psicológico. Por razões "de higiene
cerebral", decidiu-se, em 1838, a não ler mais uma linha de qualquer trabalho científico, limitando-se à
leitura de ficção e poesia. Em seus últimos anos o único livro que haveria de ler repetidamente seria o
"Imitação de Cristo". Sua vida matrimonial, que sempre fora tempestuosa, também se desfez. Comte teve
várias separações de Caroline, que não suportava os seus fracassos e terminou por deixá-lo
definitivamente em 1842.
Só e isolado, continuou a atacar os cientistas que se recusaram a reconhecê-lo. Queixou-se de seus
inimigos aos ministros do Rei, escreveu cartas delirantes à imprensa e atormentou a paciência de seus
poucos restantes amigos. Criando demasiado inimigos na École Polytechnique, sua nomeação como o
examinador não foi renovada em 1844. Perdeu com isto a metade de sua renda. (iria perder também a
posição de assistente na École em 1851.)
Contudo apesar de todos estas adversidades, Comte começou lentamente a adquirir discípulos. E mais
importante para ele foi que, além de encontrar alguns discípulos franceses notáveis, tais como o eminente
intelectual Emile Littre, era o fato de que sua doutrina positiva havia atravessado o Canal e recebera
considerável atenção na Inglaterra. David Brewster, um físico eminente, saudou-o nas páginas do
Edinburgh Review em 1838 e, o mais gratificante de tudo, John Stuart Mill transformou-se em seu
admirador, citando-o em seu System of Logic (1843) como um dos principais pensadores europeus.
Comte e Mill se corresponderam regularmente, e serviu a Comte não somente para refinar seus
pensamentos como também para desabafar com o filósofo inglês as tribulações de sua vida conjugal e as
dificuldades de sua existência material. Mill arrecadou entre admiradores britânicos de Comte uma soma
considerável em dinheiro e lhe enviou como socorro para suas dificuldades financeiras.
No mesmo ano de 1844, Comte conheceu Clotilde de Vaux, por quem se apaixonou. Ela era uma mulher
de trinta anos abandonada pelo marido, um funcionário público do baixo escalão, que havia fugido do
país depois de se apropriar de fundos do governo. Um irmão de Clotilde que havia sido aluno de Comte
na Escola Politécnica, e o convidou a ir à casa de seus pais, onde lhe apresentou a irmã.
Comte ficou inteiramente seduzido por ela. Sua paixão teve, porém, um desdobramento inusitado.
Clotilde estva impedida pela lei de casar-se achando-se o seu marido foragido. Auguste Comte tinha
então quarenta e sete anos, e havia se separado três anos antes de sua mulher. Acabara de concluir seu
monumental Cours de philosophie positive, e se preparava para escrever o que pretendia que seria sua
principal obra, o Système de politique positive, da qual ele considerava o Cours de philosophie como
apenas uma introdução. Entusiasmado com a própria paixão, Auguste Comte afirma que nada pode ser
mais eficaz para o bem pensar que o bem querer, e se tornou um abrasado feminista. Afirmava que a
mulher encarnava o sentimento e portanto, em última análise, a própria Humanidade. Buscou então
seriamente associar o sexo feminino, na pessoa de Clotilde, à obra de renovação social e moral que se
impôs completar. Clotilde tentou colaborar, através de um romance filosófico, Wilhelmine, que ela se
pôs febrilmente a escrever. Mas adoeceu de tuberculose e veio a falecer em 1846.
Comte devotou o resto de sua vida à memória do "seu anjo". O Système de politique positive, que tinha
começado a esboçar em 1844 e no qual completou sua formulação da sociologia, iria transformar-se em
um memorial a sua amada. Cinco anos mais tarde, em 1851, ao publicar essa obra, dedicou-a a Clotilde,
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Discurso preliminar sobre o espírito positivo
dizendo esperar que a humanidade, reconhecida, haveria de lembrar sempre seu nome junto ao dela.
No Système de politique positive, Comte, voltando-se contra a doutrina do mestre Saint-Simon, defendeu
a primazia da emoção sobre o intelecto, do sentimento sobre a racionalidade; e proclamou repetidamente
o poder curativo do calor feminino para a humanidade dominada por tempo demasiado pela aspereza do
intelecto masculino. Por outro lado, maquiou a proposta de disciplina eclesiástica de Saint-Simon criando
a Religião da Humanidade.
Quando o Système apareceu entre 1851 e 1854, Comte escandalizou e perdeu a maioria dos seguidores
racionalistas que ele havia conquistado com tanta dificuldade nos últimos quinze anos. John Stuart Mill e
Emile Littre não aceitaram que o amor universal fosse a solução para todas as dificuldades da época. Tão
pouco aceitariam a Religião da Humanidade da qual Comte se proclamou agora o sumo sacerdote. A
observação dos rituais múltiplos segundo o calendário anual, os detalhes da elaborada liturgia indicavam
que o antigo profeta do estágio positivo havia regressado às trevas do estágio teológico. Comte passou a
assinar suas circulares - aos novos discípulos que conseguiu reunir - como "fundador da religião
universal e sumo sacerdote da humanidade". Tentou converter o Superior Geral dos Jesuítas à nova fé e
comparou suas circulares aos discípulos com as epístolas de São Paulo. Fundou a Societé Positiviste, que
se transformou no centro principal de seu ensino. Os membros se cotizaram para assegurar a subsistência
do mestre e fizeram os votos de espalhar sua mensagem. As missões se instalaram, na Espanha,
Inglaterra, Estados Unidos, e na Holanda. Cada noite, das sete às nove, exceto nas quartas-feiras quando
a Societé Positiviste tinha sua reunião regular, Comte recebia seus discípulos em sua casa em Paris:
políticos, intelectuais e operários, que lhe votavam grande respeito e veneração. Comte estava longe do
entusiasmo republicano e libertário de sua juventude. O moto da Igreja Positiva era amor, ordem e
progresso. O jovem estudante de passeata agora pregava as virtudes do amor, da submissão e a
necessidade da ordem para o progresso social.
Em 1857, Comte, após alguns meses de enfermidade, faleceu a cinco de setembro. Um grupo pequeno de
discípulos, de amigos, e de vizinhos seguiu seu esquife ao cemitério de Pere Lachaise. Seu túmulo
transformou-se no centro de um pequeno cemitério positivista onde estão sepultados, perto do mestre,
seus discípulos mais fiéis.
Pensamento. A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método
científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna, de modo mais rigoroso
que na abordagem de Saint Simon. Em sua Lei dos três estados ou estágios do desenvolvimento
intelectual, Comte teorizou que o desenvolvimento intelectual humano havia passado historicamente
primeiro por um estágio teológico, em que o mundo e a humanidade foram explicados nos termos dos
deuses e dos espíritos; depois através de um estágio metafísico transitório, em que as explanações
estavam nos termos das essências, de causas finais, e de outras abstrações; e finalmente para o estágio
positivo moderno. Este último estágio se distinguia por uma consciência das limitações do conhecimento
humano. As explanações absolutas consequentemente foram abandonadas, buscando-se a descoberta das
leis baseadas nas relações sensíveis observáveis entre os fenômenos naturais.
Comte tentou também uma classificação das ciências; baseada na hipótese que as ciências tinham
desenvolvido da compreensão de princípios simples e abstratos à compreensão de fenômenos complexos
e concretos. Assim as ciências haviam se desenvolvido a partir da matemática, da astronomia, da física, e
da química para a biologia e finalmente a sociologia. De acordo com Comte, esta última disciplina não
somente fechava a série mas também reduziria os fatos sociais às leis científicas e sintetizaria todo o
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