VERDADE TROPICAL - Caetano Veloso.pdf

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VERDADE TROPICAL
CAETANO VELOSO
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Capa:
João Baptista da Costa Aguiar
Sobre óleo de Mira Schendel
(Col. Ricard Akagawa, São Paulo)
Foto da capa:
Rômulo Fialdini
Preparação:
Márcia Copola
Revisão:
Carmen S. da Costa
Isabel Jorge Cury
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Veloso, Caetano, 1942
Verdade Tropical / Caetano Veloso.
– São Paulo: Companhia das Letras, 1997
ISBN 85-7164-712-7
1. Música popular - Brasil - História e crítica
2. Tropicalismo (Música) - Brasil
3. Veloso, Caetano. 1942- I.
97-4407
CDD 781.630981
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil: Tropicalismo: Música popular 781.630981
2. Tropicalismo: Música popular brasileira 781.630981
1997
Todos os direitos desta edição reservados à
EDITORA SCHWARCZ LTDA.
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04532-002 - São Paulo - SP
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e-mail: coletras@mtecnetsp.com.br
Para José Miguel Wisnik
David Byrne
E Silvina Garré
“Do Fundo escuro do coração solar do hemisfério sul, de dentro da
mistura de raças que não assegura nem degradação nem utopia
genética, das entranhas imundas (e, no entanto, saneadoras) da
internacionalizante indústria do entretenimento, da ilha Brasil pairando
eternamente a meio milímetro do chão real da América, do centro do
nevoeiro da língua portuguesa, saem estas palavras que, embora se
saibam de fato despretensiosas, são de testemunho e interrogação
sobre o sentido das relações entre os grupos humanos, os indivíduos e as
formas artísticas, e também das transações comerciais e das forças
políticas, em suma, sobre o gosto da vida neste final de século.”
“A palavra poeta encerrava tal grandeza como nenhuma outra
poderia, e, mesmo que um tanto secretamente, eu a acolhi em meu
coração e procurei aplicá-la ao que eu fazia e faria -- embora não
fosse poesia.”
Nesta Verdade tropical, o centro da atenção de Caetano Veloso é
o tropicalismo - seus pontos de partida afetivos e intelectuais; seus
protagonistas; o modo como foi percebido por uma geração que
cantava música popular apaixonadamente, como quem toma partido;
as visões do Brasil delineadas a partir dele; as formas que encontrou de
se desdobrar ao longo do tempo.
Mas Caetano fala diretamente de si mesmo, transformando a
relação com a música num roteiro de sua vida pessoal. Assim, no
capitulo “Narciso em férias”, ele relembra os dois meses em que ficou
preso, na passagem de 68 para 69. Conta, por exemplo, como teve a
chance de evitar a prisão de Gilberto Gil e não soube fazê-lo; descreve
seu sono irremediável e o modo como vivenciou o erotismo naquele
confinamento entre homens; explica as tais fotografias da Terra que viu
numa revista de variedades; narra sem pressa uma situação que hoje
lhe inspira “um misto de humor e nojo”: no pátio do quartel dos pára-
quedistas, sob “um sol brutal, com um cano de metralhadora ás costas,
eu cantava suavemente para o oficial de dia”.
Caetano estende uma linha cronológica a partir da infância e da
adolescência em Santo Amaro, e, embora se concentrando no período
que vai até meados da década de 70, chega até o momento em que
terminou de escrever este livro, em julho de 97. De um extremo ao outro
os temas se multiplicam: as relações familiares; a ditadura, o exílio em
Londres; leituras decisivas e preferências literárias; o sexo, a experiência
com as drogas: Gil, Bethânia e Gal; João Gilberto e a bossa nova:
rock'n'roll e samba; Chico Buarque; Glauber, Cinema Novo e amor ao
cinema; projetos estéticos das décadas de 60 e 70; os festivais e os
programas de auditório, a velha Record; o teatro de Zé Celso e o de
Boal; o diálogo com os concretistas; a contracultura de Zé Agrippino;
Beatles e Mutantes; Rio, São Paulo e Salvador, etc.
Sem ser uma autobiografia, Verdade tropical é Caetano Veloso
por ele mesmo.
Pode ser a MPB por ela mesma ou nossos trópicos por um
tropicalista, por um brasileiro músico, por um compositor brasileiro que
aqui faz do tempo a torre mais alta do seu observatório.
É a primeira vez que ele usa longamente a escrita. De muitas
maneiras, entretanto, conhecemos de perto o autor de Verdade
tropical: suas canções misturam-se ás nossas experiências, traduzem
nossa vontade de amor e de protesto, sugerem o tom e o pulso de
certas danças ocultas dentro de nós. Neste livro está intacta sua
capacidade de nos provocar, de nos pôr em movimento com seu
ouvido inquieto, com a vitalidade de sua imaginação reflexiva, com
uma forma própria de falar a língua portuguesa.
Caetano Veloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia,
em 1942.
Cantor e compositor, publicou o livro Alegria, alegria e dirigiu o
filme O cinema falado (1986).
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